domingo, 3 de julho de 2011

NÍVEIS DE LINGUAGEM

Concordamos que a linguagem é o instrumento da comunicação humana, mas devemos acrescentar uma série de fatores acabam por influenciar na produção e na recepção de um texto. Leia os fragmentos a seguir:
— Vossa senhoria poderia fazer o obséquio de suspender sua fala por alguns instantes, a fim de que eu possa terminar minhas observações?

— Cala a boca que eu quero falar!

Em ambos os casos, o emissor pretende conseguir do receptor sua atenção silenciosa, valendo-se, para isso, de diferentes estratégias. Qual delas é a mais correta? Depende do contexto em que a frase será utilizada. Se estivermos em simpósio acadêmico a primeira, com certeza, é a mais adequada.
Para distinguir essas diferentes situações, os linguístas lidam com o conceito de níveis de linguagem. Assim, quando há respeito à norma culta do idioma, diz-se que o registro é formal. Um texto sem erros gramaticais seria, por assim dizer, um texto formal. Dentro deste nível de classificação há, ainda, uma distinção interna, pois quando o autor tem um trabalho minucioso de elaboração formal, dizemos que sua linguagem é hiperculta ou erudita. Os grandes acadêmicos ou literatos costumam figurar nesse grupo, mas se o cuidado do autor resume-se a evitar erros, mantendo a naturalidade da fluência, a linguagem empregada será classificada como culta.
Nesta mesma perspectiva há duas outras classificações: os emissores que cometem apenas pequenas falhas, muitas vezes imperceptíveis para pessoas que não sejam especialistas em gramática, sua linguagem será classificada como coloquial; e pessoas normalmente pouco instruídas, que cometem erros graves, especialmente de ortografia e concordância — perceptíveis por quem tenha cursado pelo menos o Ensino Médio. Nesse caso, sua linguagem se classifica como inculta ou vulgar.
Esquematicamente, teríamos a seguinte tipologia:
Registro Formal
•    Erudito/Hiperculto: Fa-lo-ía se lhe fosse anuído?
•    Culto: Você faria isso se fosse possível?

Registro Informal
•    Coloquial: Dá pra fazer isso?
•    Vulgar/Inculto: Num dá pra mim fazê. Tu pode?

Nem sempre, porém, essa classificação proposta é suficiente para compreender os usos da linguagem. Duas classificações à parte deverem ser consideradas em um estudo completo sobre os tipos de linguagem: a linguagem regional – construções frasais e vocabulários específicos de uma região -;  e a linguagem grupal – típica de certos grupos de pessoas, no campo técnico-profissional ou não (nesta classificação estão inseridas as gírias).

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